Na cavidade bucal vivem milhares de microorganismos que
podem causar infecções bacterianas, fúngicas e virais, sendo as bactérias, as
principais responsáveis pela maioria das infecções em uma boca com dentes.
As infecções de origem dentária (chamadas odontogênicas)
podem ser brandas e de fácil tratamento. Porém, em muitas situações, podem se
tornar agressivas e complexas, apresentando uma progressão rápida, levando à
necessidade de uma intervenção cirúrgica, para drenagem local; ou, até mesmo,
existindo a necessidade de internamento hospitalar, para drenagem da infecção.
O tratamento dessas infecções deve ser realizado o mais
rapidamente possível, para prevenir danos maiores às estruturas dentárias, aos
ossos maxilares e ao próprio organismo do indivíduo, principalmente em
pacientes portadores de alterações cardíacas.
Também, o tratamento de canal é indicado nas situações em
que a infecção está localizada no ápice das raízes dos dentes. E esse
tratamento tem por finalidade eliminar a infecção através da limpeza e
descontaminação do interior das raízes dentais. Em algumas situações, a
infecção resiste ao tratamento de canal, ou à impossibilidade de se realizar o
vedamento completo das raízes, sendo então necessária a realização de uma
cirurgia no ápice da raiz (apicectomia ou cirurgia parendodôntica), para
remoção cirúrgica da infecção; em casos extremos, é indicada a extração do
dente.
Caso a infecção alcance o tecido ósseo, por não ter sido
tratada precocemente, as bactérias alcançam os tecidos moles, causando inchaço
na face (edema), dor, podendo até se concentrar em um determinado local e
drenar espontaneamente. Dependendo da região, a drenagem pode ocorrer por uma
via intra-bucal ou extra-bucal, sendo esta responsável pela causa de extensas
cicatrizes na face.
O Cirurgião Dentista, a partir da avaliação do estado geral do paciente e das radiografias, determina a gravidade da infecção, institui uma terapêutica medicamentosa apropriada, orienta fisioterapia (se necessário), realiza a drenagem cirúrgica, até a regressão da infecção, indicando o tratamento de canal ou periodontal do dente responsável pela infecção, se necessário.